quarta-feira, julho 20, 2005

Vive o Momento

No meio de uma conversa sobre um qualquer acontecimento passado, ele faz um brilharete sacando desse episódio uma pequena memória romântica que fascinaria qualquer "gaja", na verdadeira acepção da palavra. Ainda inseguro, reforça:

"_ Foi, não foi?

- Foi.

_ Viste? Lembrei-me!

_ E ainda bem que eu estou cá para te confirmar que foi mesmo...

_ Estás e estarás."


E isso basta-me.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Futuro às bolinhas

Uma vida renovada merece uma cara lavada.
Não é lá muito original, mas parece-me agradável. No fundo, não posso inovar como desejaria, porque nestas andanças não sou nem possuidora de grandes conhecimentos nem disponho de grandes meios. Mas como diz o Ricardo Araújo Pereira: meios! Isso é coisa de maricas...

DE "ÚNICA LEITORA" PARA "LEITORA ÚNICA"

Creio que no meu caso a memória excede a categoria de reflexo distorcido e entra pela teoria do queijo gruyère adentro: come-se o queijo e ficam os buracos. A verdade é que não me lembrava de ter visto o filme contigo. Tampouco me lembrava de tê-lo visto no cinema. Se queres que seja realmente sincera, a única coisa de que me recordo verdadeiramente em relação a esse filme é que a sua tradução brasileira é "Fim de Caso". É impressionante as merdas que a nossa memória guarda e as pérolas que dispensa... enfim...

Já em relação ao "Rocco e os seus irmãos"e ao facto de te teres apaixonado tanto pelo filme como pelo actor, deixa-me que te diga que também eles se apaixonaram um pelo outro. Melhor dito: o Visconti e o Alain Delon. Tenho um colega que morou dezasseis anos em Paris, cujo pai era amigo do Alain Delon. E, como diz o outro, "estas coisas sabem-se, não é"? Consta que até ja moraram juntos...
Confessa lá, a tua Hist. do Cinema na FCSH não dava direito a imprensa cor-de-rosa, pois não?


domingo, novembro 14, 2004

EPIDEMIA LETAL NA BLOGOSFERA

No princípio era o verbo. Pelo meio aconteceu muita coisa, mas entretanto surgiu a febre dos blogs. Uma proliferação global, para a qual eu própria contribuí com o meu rebentinho. Eis senão quando, de há uns tempos para cá, é vê-los cair que nem tordos. A moda do blog deu lugar à morte do blog, que por sua vez também já é moda. Confesso que me vi relutante em começar o meu e não percebo qual a necessidade de lhe pôr um fim... Basta não escrever, não é?
E depois ainda há aqueles que muito teatralmente encerram a sua actividade bloguista e, uns tempos mais tarde, como quem não quer a coisa, lá voltam por uma razão ou por outra, normalmente ainda mais disparatada do que a razão que os tinha feito deixar de escrever. Já há todo um modus operandi relacionado com a criação, os timings, os templates in ou out e a morte na blogosfera que, decididamente, me ultrapassa. Porquê tanto protocolo numa coisa que afinal se pretendia espontânea?

HEY! hey... hey... hey...!!
Sinto que este espaço está tão abandonado que as minhas palavras ecoam. Mas a verdade é que nunca foi muito frequentado, a não ser por mim própria, donde o eco deveria ter sido uma constante em toda a sua fase de plena actividade. Há qualquer coisa que se assemelha a um ligeiro sentimento de abandono que me está a importunar. Não sei bem porquê... Afinal, isto serve para escrevermos quando a vontade aperta, não é verdade? ...ade ... ade ...ade...

segunda-feira, setembro 13, 2004

PASSOS DIFÍCEIS



Ontem a minha princesa mais pequenina começou a andar. Telefonou-me a avó a contar, excitadíssima, inchada de orgulho. E não é para menos.
Tive oportunidade de presenciar os primeiros passos das irmãs mais velhas e, ainda que não sejam minhas filhas, é uma sensação indescritível. Parecida com a mesma que senti quando as vi pela primeira vez, pequenininhas, aconchegadinhas no colo de uma mãe exausta e feliz. E tão perfeitas. Não é por serem minhas (sobrinhas), mas parecia que nelas tudo vinha calculado a régua e esquadro, milímetro a milímetro. Lembro-me de ficar a admirar, meio que de longe, com medo de me aproximar. Eram tão frágeis... E lembro-me de chorar. Com todas elas. Senti-me sempre a tia mais Mãe à face da Terra.
Durante o último ano o meu orgulho de tia deu muitas vezes lugar a indagações perigosas. Ciclicamente, o meu relógio biológico diz-me que talvez eu já queira ser mais do que tia. Nos últimos tempos anda frenético, o sacana do relógio. Mas ainda não consegui perceber se isto me vem realmente de dentro. Ainda não consegui perceber se já tenho maturidade para ser mãe ou se ainda não passei da idade de brincar às mamãs.
E será que algum dia essa resposta surgirá com clareza?

Nas últimas semanas pude acompanhar as sucessivas tentativas da Constança de começar a andar, sem mãos grandes e sapudas a ampará-la. Quando vim para Lx ela já só precisava de um dedinho para se agarrar.
Ontem, a minha princesa mais pequenina começou a andar. E eu não estava lá para ver.

sábado, setembro 11, 2004

PELA BOCA MORRE O PEIXE

Então não é que vou voltar mesmo a estudar?
Então não é que me convenceram? Será possível que depois de tudo o que eu disse vou voltar a andar com caderninhos debaixo do braço, a tirar notinhas nas aulas e a estudá-las em casa? Pois é. Afinal o curso não é tãaooo prático como eu pensava, mas é muito bom na mesma.
O coordenador do curso que me entrevistou teve um peso grande na minha tomada de decisão. Não foi para lá com um discurso de inquisidor, nem tão pouco de propaganda. Foi conversar. Pareceu-me ser a serenidade em pessoa, com um ar paternalista, não no sentido autoritário, mas no sentido solidário. Muito observador...
Mas o que mais me cativou foi o ambiente da escola. Tem umas cores fortes e uma estrutura labiríntica. Parece uma mistura do Centre Pompidou com uma fábrica de bolachas (pelo menos aquela que visitei quando era miúda). As pessoas circulam frenéticas lá dentro, carregadas de cabos e k7s, e disparam perguntas umas às outras quando se cruzam pelos corredores que espero vir a compreender em Julho do próximo ano... Ao mesmo tempo que caminhava por ali e aquele lugar me era completamente estranho, tive a sensação de que daqui a uns meses já por ali vou deambular como se aquela fosse a minha escola.
A ber.

E POR FALAR EM NÃO TER MEDO DE SER RIDÍCULA...



Não é de muitas falas, mas pareceu-me ser uma boa pessoa, sem grandes manias de vedeta. Embora se veja que está bem na vida, a julgar pela fatiota.

SANS TITRE



Fiquei tanto tempo sem escrever que agora torna-se difícil falar de emoções que me parecem já tão distantes. Não que não tenham sido fortes. Apenas distantes.
Foram nove dias muito intensos. Primeiro porque andei mais nestas férias do que nos últimos dois anos e depois porque, uma vez que não viajava há muito tempo (quem me conhece sabe bem porquê), senti-me como uma criança nas suas primeiras descobertas.

Bruxelas ficou para mim como a capital da sofisticação bem educada. Uma miscelânea de culturas que resulta apenas por uma razão. É que, ao contrário de muitos lugares por esse mundo fora, lá eles entendem-se. E é bonita. Todas as pessoas que me disseram antes de eu viajar que Bruxelas é uma cidade feia ou são cegas ou não têm gostinho nenhum.

Paris...
Paris...
É difícil falar sobre Paris. As palavras não saiem. Enche-se o peito de um entusiasmo quente, os olhos abrem muito, esbracejo para me fazer entender. Mas não dá.
É mágica. Intemporal. Completamente cinematográfica.
Senti-me uma personagem de um filme francês a passear pelas ruas, com a banda sonora da Amélie na cabeça... e a música do reclame dos Finíssimos Nobre também (riam-se à vontade...). Tive que comprar uma bóina, embora não tenha visto nenhum parisiense de bóina. Era todo um imaginário que estava ali à mão de ser concretizado.
Meus amigos, se forem a Paris, sejam rídiculos e não tenham medo de abusar dos lugares-comuns: comprem bóinas, façam o vosso retrato em Monmartre, andem de carrossel, girem agarrados aos candeeiros dos Champs-Elysées, cantem Edith Piaf, Jacques Brel e Joe Dassin! A vida é feita destas piroseiras deliciosas! E quando chegarem cá vão ver que, por mais que tentem, não vos sai nada da boca quando perguntarem : "E Paris, que tal?"

sexta-feira, agosto 06, 2004

TRIO DE DOIS NUM PARAÍSO SUPERPOPULADO



E lá fomos nós, eu e a minha parceira para a nossa semana algarvia. Este ano tudo foi mais calmo. Sem Havana. Sem Joe Cocker. Sem loucuras.
A verdade é que nos sentimos mutiladas. O terceiro membro este verão falhou-nos por motivos profissionais. E a histeria feminina deu lugar a uma serenidade invulgar. Havia quem dissesse ataca. Também havia quem dissesse mata. Mas faltava a miga C. para dizer esfola.
Ainda assim foi uma semana excelente. Fomos em busca de praias novas e encontrámos um paraíso bem pertinho de casa. O único senão foi, um dia depois, esse paraíso secreto ter sido noticiado no Jornal da Noite. Resultado: caos. Lixo. Geleiras. Crianças barulhentas. Ingleses. Paraíso transformado em cenário dantesco.
Fica aqui esta foto para eternizar a beleza ainda virgem daquela praia e para encaixar a C. de um dos lados do trio que este ano foi separado à força.

PATRÃO FORA, DIA SANTO NA WWW

É impressionante. Frequento esta porcaria meses a fio e nunca se passa nada de novo. Ausento-me umas escassas semanas e está tudo diferente, de cara lavada e cheio de novidades. É óbvio que do ponto de vista do utilizador deveria estar satisfeita. Mas há sempre uma parte de mim que se sente traída. Parece que se aproveitam do facto de eu estar de costas para remodelar tudo. Para além de que nunca me conformo com as mudanças, pelo menos não a curto prazo. Eu sei que se todos pensassem com eu ainda hoje estariamos satisfeitíssimos a trabalhar em computadores 286, mas, que querem, sou como a Liberdade do Quino, "a mim agrada-me a simplicidade da gente simples. Eu sou na realidade simples, mas não é por isso que me agrada a gente simples. Isso acontece por razões mais simples..."

VOLTEI, VOLTEI

Ufa. Grande Ausência.
Férias num mundo onde não há linhas telefónicas. Logo, no blogging.
O que mais me entristece é que ao fim de todo este tempo não tenho muito para dizer. As ocupações continuam a ser as mesmas e os problemas também. Que no fundo residem na falta dos mesmos.
As férias ainda vão no início e já as deito por todos os poros. Há muito tempo que não sentia este fastio veraneante. Faz-me recuar aos tempos de escola em que tinha mais de quatro meses de interrégono escolar e, por volta de agosto, já suspirava pelos colegas, pelos cadernos encapados e pelas canetas de todas as cores.
Por ora, o saudoso recreio resume-se às noites passadas com os amigos. Ainda hoje nos reunimos num Trivial aqui em casa. São jogos intermináveis, mas sabem sempre a pouco. Que vazia é a vida sem estes momentos.

segunda-feira, julho 05, 2004

VAZIO FUTEBOLEIRO

Estava tão acostumada à dose diária. Já quando acabou a primeira fase do europeu, o joguito das 17h fazia falta.
E agora?
O que é que eu faço a partir de amanhã às 19:45h?
Vou ter que esperar até à Super Liga? Epa, Super Liga depois do Euro 2004 é como deixar de ver novelas da Globo para ver as da TVI.
Ah, mas antes ainda há os Jogos Olímpicos. Onde é que são mesmo? Atenas, humm... Tem piada...
Não tem não.

E COMO UM MAL NUNCA VEM SÓ...



... só faltava cá mais este. Porque é que ceifam as esperanças a uma benfiquista antes de sequer começar o campeonato?
Valha-me a Nossa Senhora do Caravaggio.
Ou melhor, essa não. Essa deve ser grega...

FALTOU-TE UM BOCADINHO ASSIM...



... e nem por isso tens menos mérito. Quem incendiou o país desta maneira merece todos os votos de confiança. Força para Setembro. Vamos deixar estes rapazes a tinir para o Mundial.
E Viva a Noiva.

NÃO CHORES, PORTUGAL



Obrigada por Tudo.

Por demosntrar que, quando vale a pena e é necessário, somos capazes de nos unir (pelo menos aqueles que interessam) e lutar por algo em que acreditamos (uns mais cedo que outros).

Por provar que somos capazes de organizar e concretizar um evento destes, mesmo levando com todos os velhos do restelo e com todas as pragas disparadas ao longo de quatro anos.

Por jogar futebol, como eu não via jogar há muito tempo. Por correr, como eu não via correr há muito tempo. Por me emocionares, como eu já não me emocionava há muito tempo.

OS CAMPEÕES DO ONZE EM LINHA

Como não podia deixar de ser já se levantaram as vozes da razão, já se empertigaitaram os treinadores de bancada e os dedos apontados já desfilam de norte a sul do país. Mete-me nojo. Tenho asco desta maneira de ser tão portuguesa.
Não me sinto minimamente diminuída por ter perdido a final do europeu com uma selecção que à custa de muita sorte, muito anti-jogo e, acima de tudo, pouco futebol sequestrou uma taça que não lhe pertence. Não há mérito nenhum naquela filosofia de jogo. São a nódoa deste europeu desde que passaram ao quartos de final.
Muitos parabéns e façam bom proveito. Havemos de voltar a encontrar-nos, mas, por favor, para a próxima, joguem à bola. Ou então, assumam de uma vez o tipo de "futebol" que apresentam, enfileirando os jogadores todos em frente à baliza. Sempre é mais honesto.