SANS TITRE
Fiquei tanto tempo sem escrever que agora torna-se difícil falar de emoções que me parecem já tão distantes. Não que não tenham sido fortes. Apenas distantes.
Foram nove dias muito intensos. Primeiro porque andei mais nestas férias do que nos últimos dois anos e depois porque, uma vez que não viajava há muito tempo (quem me conhece sabe bem porquê), senti-me como uma criança nas suas primeiras descobertas.
Bruxelas ficou para mim como a capital da sofisticação bem educada. Uma miscelânea de culturas que resulta apenas por uma razão. É que, ao contrário de muitos lugares por esse mundo fora, lá eles entendem-se. E é bonita. Todas as pessoas que me disseram antes de eu viajar que Bruxelas é uma cidade feia ou são cegas ou não têm gostinho nenhum.
Paris...
Paris...
É difícil falar sobre Paris. As palavras não saiem. Enche-se o peito de um entusiasmo quente, os olhos abrem muito, esbracejo para me fazer entender. Mas não dá.
É mágica. Intemporal. Completamente cinematográfica.
Senti-me uma personagem de um filme francês a passear pelas ruas, com a banda sonora da Amélie na cabeça... e a música do reclame dos Finíssimos Nobre também (riam-se à vontade...). Tive que comprar uma bóina, embora não tenha visto nenhum parisiense de bóina. Era todo um imaginário que estava ali à mão de ser concretizado.
Meus amigos, se forem a Paris, sejam rídiculos e não tenham medo de abusar dos lugares-comuns: comprem bóinas, façam o vosso retrato em Monmartre, andem de carrossel, girem agarrados aos candeeiros dos Champs-Elysées, cantem Edith Piaf, Jacques Brel e Joe Dassin! A vida é feita destas piroseiras deliciosas! E quando chegarem cá vão ver que, por mais que tentem, não vos sai nada da boca quando perguntarem : "E Paris, que tal?"